Quem pensa que isto é apenas a União Europeia a querer fazer braço de ferro económico a uma gigante norte-americana, então poderá estar a esquecer o resto da história, pois nos EUA a empresa enfrenta as mesmas acusações de práticas anticoncorrenciais, com os ataques a virem de diferentes quadrantes.

Eis, portanto, o último dos seis motivos que levam Mike Isaac a acreditar que Mark Zuckerberg e o império que contruiu nos últimos 18 anos estão mesmo em maus lençóis.

“A Meta enfrenta várias investigações, inclusive por parte de uma nova e mais agressiva Comissão Federal de Comércio [empossada pelo presidente Joe Biden] e vários procuradores-gerais estaduais, sobre se age de maneira anticompetitiva. Os legisladores também se alinharam com os esforços do Congresso para aprovar leis anticoncorrenciais”, enumera o jornalista. Estas leis parecem visar, acima de tudo, a empresa-mãe do Facebook, Instagram e Whatsapp.

O argumento de defesa que Zuckerberg tem usado reiteradamente é o de que a Meta não possui qualquer monopólio ao nível das redes sociais, apontando como prova disso a concorrência “sem precedentes” que vem da parte da TikTok, da Apple ou da Alphabet (Google).

Independentemente de ter, ou não, a razão do seu lado, a ameaça de sofrer uma ação legal por posição dominante e anticoncorrencial tornou mais difícil, para a empresa que fundou, “comprar o seu caminho por entre as novas tendências de redes sociais”, explica Mike Isaac.

“No passado, a Facebook [a Meta] comprou o Instagram e o WhatsApp com pouco escrutínio” por parte das entidades reguladoras, “à medida que estas plataformas conquistavam milhares de milhões de utilizadores. Neste momento, mesmo algumas das aquisições aparentemente menos controversas da Meta, nas áreas da realidade virtual e dos GIFs, foram contestadas por reguladores de todo o mundo”.

Tendo em conta este novo status quo, em que a probabilidade de conseguir adquirir empresas (por vezes concorrentes) que estejam a ser inovadoras é agora muito menor, “o ónus recai agora sobre a Meta para que inove, de modo a vencer os desafios” que se lhe apresentam.

Conseguirá a empresa cumprir essa meta? Para o jornalista do The New York Times, o facto de num só dia ter perdido 251 mil milhões de dólares em valor de mercado mostra que, no início deste mês, “a fé era escassa em Wall Street” em relação ao império de Mark

Zuckerberg.

Fonte João Pedro Lobato