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Desporto

Era para ser o Mundial de Ronaldo, mas acabou cedo de mais

Seleção nacional saiu derrotada pelo Uruguai nos oitavos (1-2) e o campeonato do mundo fica sem Messi e Cristiano Ronaldo no mesmo dia

O Mundial que começou por ser o de Cristiano Ronaldo despediu-se da seleção nacional e do seu capitão com as expectativas portuguesas por cumprir. Portugal caiu nos oitavos-de-final perante o Uruguai (1-2), pagando uma crise de identidade futebolística que Fernando Santos resolveu tarde de mais neste torneio. O campeão europeu saiu de cena e arrastou Ronaldo com ele, no mesmo dia em que também deixou a prova o seu principal rival, Lionel Messi.

Cristiano Ronaldo continua sem ter qualquer golo em jogos a eliminar de campeonatos do mundo. E mantém as meias-finais do Mundial 2006, o seu primeiro, como a melhor campanha. De então para cá, duas eliminações nos oitavos-de-final (ontem e em 2010) e uma na fase de grupos (2014).

“Não me parece nada justo, Portugal fez o suficiente para ter outro resultado. Os jogadores tentaram tudo. Estou muito triste, mas futebol é isto”, lamentou no final o selecionador português. Portugal jogou mais, sim; teve mais oportunidades, também; mas perdeu demasiado tempo em indefinições ideológicas e acabou em desespero, a cobrar do árbitro o tempo perdido por culpa própria, como os mais de 300 minutos que Fernando Santos levou neste Mundial a perceber que Bernardo Silva tinha de ter mais presença interior no jogo da seleção portuguesa – só o fez na segunda metade de ontem.
Na era Fernando Santos, esta foi apenas a segunda derrota de Portugal em competições oficiais (num total de 33 jogos), e a primeira em fases finais (onde Portugal não perdia desde a estreia no Mundial de há quatro anos, contra a Alemanha, há 18 jogos). Mas foi uma derrota dolorosa pela sensação de se ter desperdiçado, numa série de equívocos coletivos, a melhor versão de Cristiano Ronaldo num Mundial de futebol.

Por vezes, a culpa também é da vontade. Já o cantou Variações. E Portugal começou a sucumbir assim frente ao Uruguai. Pela vontade excessiva com que entrou. Sobretudo Ronaldo. O capitão partiu para cima da defesa uruguaia mal soou o apito inicial: logo aos 2″, tentou entrar pela esquerda; aos 6″, foi atrás buscar a bola e rematou de meia distância; e aos 7″, entusiasmado, correu para fazer rapidamente um lançamento lateral. Mas quem acabou surpreendido foi Portugal: os uruguaios intercetaram o lançamento e partiram para um rápido contragolpe que apanhou a equipa portuguesa desposicionada e acabou em golo construído pela letal dupla de avançados da seleção celeste – Suárez cruzou para a cabeça de Cavani.

Aos 7″, a seleção com fama de ser o melhor exemplo de como defender bem, um Uruguai que não sofreu qualquer golo na fase de grupos deste Mundial, apanhava-se na situação ideal: em vantagem, a ter de preocupar-se “apenas” em tapar os caminhos para a sua baliza.

E Portugal perante uma tarefa gigantesca. Ainda para mais mantendo a estranha contradição ideológica com que atravessou grande parte deste Mundial da Rússia. Uma equipa de médios interiores no meio-campo (Adrien ganhou o lugar a Moutinho, ontem), mas a abusar dos corredores laterais (Ricardo Pereira, na direita, foi principal novidade do onze) na procura de cruzamentos para a área (onde, no entanto, faltava uma referência, pois Ronaldo e Guedes “fugiam” demasiado para outras zonas).

As coisas melhoraram, substancialmente, quando Fernando Santos resolveu colocar Bernardo Silva junto a Cristiano Ronaldo na zona central do ataque – com o criativo do Manchester City a 10 a mostrar por fim algum do futebol que lhe vale a fama de novo “pequeno genial” do futebol português. Mas foi numa bola parada (num canto) que Pepe fez aquilo que se julgava ser o mais difícil: marcar um golo ao Uruguai.

Só que, quando o entusiasmo tinha finalmente (bom) futebol no qual se alavancar para tentar chegar à vitória, Portugal acabou traído por outro dos seus pecados neste Mundial: os erros defensivos que atravessaram a campanha portuguesa na competição. Um pontapé de baliza de Muslera mal abordado por Pepe foi o suficiente para Cavani arranjar forma de voltar a marcar, num belíssimo remate cruzado. Depois disso, já era pedir de mais ver o Uruguai sofrer um segundo golo. O Portugal-Coreia do Norte de 1966 continua a ser a única reviravolta lusa em Mundiais de futebol.

FONTE Rui Frias DN.PT
FOTO © REUTERS/Toru Hanai

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