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Ómicron: O que sabemos (e ainda não sabemos) sobre a nova variante da Covid-19

A Organização Mundial da Saúde está preocupada com a B.1.1529, Bruxelas quer ver discutida a obrigatoriedade de vacina e o Presidente da República português pede serenidade e bom senso. Saiba o que já se sabe ao certo sobre a nova variante

Em plena quinta vaga da pandemia, com as festividades do Natal e do Ano Novo à porta e as farmácias sem mãos a medir após as medidas em vigor desde ontem – em novembro, segundo o INSA, foram realizados um milhão e meio de testes (não incluem autotestes) – as atenções vão agora para a nova variante do SARS-CoV-2, que causa a Covid-19, denominada Ómicron. Confira o que foi apurado até ao momento.

Como é que foi descoberta? 

A origem é incerta. O primeiro caso da nova B.1.529 foi identificado numa amostra colhida no dia 9 de novembro, e reportado pelas autoridades de saúde da África do Sul à Organização Mundial da Saúde (OMS), no dia 24 de novembro. A variante estendeu-se a outros países do continente africano, como Botsuana, Gana e Nigéria.

Onde já foram registados casos? 

A província de Gauteng, na África do Sul, é onde se concentram mais de 70% dos novos casos, mas a Ómicron chegou aos cinco continentes, estando presente em 23 países, incluindo Bélgica, Israel, Hong Kong, Japão, Israel, Alemanha, Austrália, Itália, Holanda e Portugal.

Com 19 casos de infeção associados à nova variante confirmados pela DGS, Portugal é, na União Europeia, aquele que tem mais casos, segundo o Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC).

Há razões para alarme?

A variante apresenta 50 mutações, das quais 32 na proteína S, usada pelo vírus para atacar as células e que é o alvo das vacinas desenvolvidas até agora. Este facto preocupa a OMS, na medida em que pode aumentar o risco de transmissibilidade e a resistência às vacinas.

O ECDC estima que a variante possa ser responsável por “mais de metade de infeções” nos próximos meses e vê nela um potencial de risco elevado. As investigações em curso, que estão ainda numa fase inicial, permitem afirmar que quem já teve Covid-19 pode ser reinfetado com a forma mutante do vírus, mas com sintomas menos graves.

Quais são os sintomas? 

Segundo os médicos sul-africanos, os sintomas encontrados em pacientes de faixas etárias entre os vinte e os trinta e poucos anos, são mais ligeiros do que aqueles que foram associados à variante Delta, a estirpe mais virulenta conhecida até agora e que se tornou dominante à escala mundial.

Segundo a presidente da Associação Médica da África do Sul, Angelique Coetzee, foram reportadas queixas de fadiga intensa, dores musculares e de cabeça, irritação na garganta e, em poucos casos, tosse seca e febre baixa, mas sem perda do olfato ou do paladar, pulsações elevadas e baixos níveis de oxigénio. Até à data, nenhum destes casos justificou internamento. Porém, é cedo para ter uma noção mais precisa dos efeitos, dado o número reduzido de casos em estudo.

O que ainda não sabemos? 

Se a estirpe é realmente mais transmissível, se causa sintomas mais graves ou é mais letal e, ainda, se consegue efetivamente diminuir a eficácia das vacinas.

Também é cedo para saber se os fármacos antivirais como o molnupiravir, que trava a normal replicação do vírus, ou o tratamento por anticorpos monoclonais, que paralisam uma proteína do vírus, impedindo-o de chegar às células, podem ver o seu efeito enfraquecido pela nova variante.

Por fim, não é certo que a Ómicron vá impor-se como a variante dominante, a Delta. Se vier a sê-lo, o ECDC estima que cause mais de metade de todas as infeções por SARS-CoV-2 na União Europeia e no Espaço Económico Europeu nos próximos meses.

O que está a ser feito?

O que já se fazia: medidas de proteção não farmacológicas, como o distanciamento social, uso de máscara e ventilar espaços.

O aumento das medidas restritivas e os apelos à testagem e à vacinação – que inclui doses de reforço – fazem parte do arsenal para travar a propagação da nova variante e do aumento dos casos de Covid-19, enquanto a indústria farmacêutica está a testar a eficácia de fármacos.

Justifica-se a vacinação infantil?

A Agência Europeia do Medicamento aprovou o uso da vacina BioNTech/Pfizer para uso pediátrico (crianças dos cinco aos 11 anos), numa dose inferior à utilizada a partir dos 12 anos, a partir do ano que vem, mas as opiniões dos especialistas dividem-se. Porém, com esta ou outra variante, generalizar o reforço vacinal parece continuar a ser uma opção válida por agora, bem como a cobertura vacinal nos países onde ela ainda não existe, com os riscos de mutação do vírus agravados.

Qual a resposta dos países?

Enquanto se assiste à proibição de voos, por parte de vários países – o Presidente sul-africano denunciou “todas as formas de apartheid sanitário” de que a Nação está a ser vítima – e o secretário-geral da ONU, António Guterres, a alertar para a injustiça e ineficácia dessa opção, Bruxelas quer ver discutida a obrigatoriedade das vacinas, pois um terço da população europeia não está inoculada.

Entretanto, alguns Estados-Membros preparam-se para adotar essa via, com a Áustria à cabeça. O governo alemão vai votar a medida e, na Grécia, quem tiver mais de 60 anos e não estiver vacinado pode vir a pagar uma multa mensal de 100 euros a partir de 15 de janeiro.

Por cá, a Diretora-Geral da Saúde, Graça Freitas, admitiu a duplicação de casos na quadra natalícia e o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, apelou à serenidade e ao bom senso, atendendo à taxa vacinal que temos.

Clara SoaresClara Soares

Fonte
visaosapo.pt
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