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Nacional

Várias aldeias cercadaReacendimentos tornam o combate aos incêndios nos três concelhos mais complicado na tarde de domingo. Há fortes suspeitas de fogo posto. Tempo quente e vento forte dificultam combate às chamas. IPMA prolonga aviso amarelo de calor até terça-feira.s pelo fogo em Mação, Vila de Rei e Sertã

Várias aldeias nos concelhos de Mação, Vila de Rei e Sertã estavam a meio da tarde de domingo a ficar cercadas pelo fogo, devido a grandes reacendimentos dos incêndios que deflagraram no dia anterior. Em Mação, onde se vive a situação mais preocupante, a praia fluvial de Cardigos foi evacuada. O fogo entrou na freguesia de Cardigos.

Um fumo negro rodeou o centro desta freguesia, impedindo a visibilidade e tornando o ar quase irrespirável devido à rápida propagação das chamas que queimou alguns quintais. O vento forte prejudicava a acção dos bombeiros, empenhados sobretudos em proteger as habitações. Pelas ruas, viam-se algumas pessoas em pânico e, por volta das 17h30, o centro da localidade estava caótico. Segundo os responsáveis da Câmara de Mação, citados pela Lusa, haverá ainda 15 aldeias em risco, algumas horas depois de as autoridades se terem mostrado optimistas em relação ao evoluir da situação.

Por volta das 19h, o presidente da Câmara de Proença-a-Nova alertava, em declarações à Lusa, que o fogo que eclodiu sábado em Vila de Rei e que lavra no vizinho concelho de Mação se estava a dirigir para a área do município. “É uma preocupação e temos os meios em prevenção no local, sapadores florestais e equipas da junta de freguesia”, disse João Lobo, especificando que uma das frentes do incêndio está na zona da localidade de Mouta Racome (Mação), que dista menos de um quilómetro em linha recta a oeste da fronteira com o distrito de Castelo Branco e a cerca de dois quilómetros a noroeste da povoação de Bairrada, já em Proença-a-Nova.

De tarde, as chamas chegaram a ameaçar também de tarde a aldeia de Casas da Ribeira (Mação), mas os bombeiros conseguiram controlá-las, entretanto. Já a aldeia de Sernada (Vila de Rei), onde se encontrava uma equipa de reportagem do PÚBLICO, esteve igualmente cercada pelo fogo e duas casas desabitadas ficaram destruídas

Activos desde o início da tarde de sábado, os incêndios já provocaram 20 feridos, um dos quais em estado grave, e que está internado no hospital de S. José (Lisboa), depois de ter sofrido queimaduras quando tentava evitar que uma máquina agrícola fosse destruída pelas chamas.

Depois de ter sido dado como dominado durante a madrugada de domingo, o incêndio no concelho da Sertã reacendeu à tarde. No distrito de Castelo Branco, na tarde de domingo os fogos mobilizavam mais de mil bombeiros e 15 meios aéreos. O incêndio que está a mobilizar mais meios é aquele que eclodiu ao início da tarde de sábado no concelho de Vila de Rei (Castelo Branco), tendo de seguida passado para Mação (Santarém).

De acordo com a Autoridade Nacional de Emergência e Protecção Civil (ANEPC) estão cortadas ao trânsito as estradas nacionais (EN) 2, entre Vila de Rei e Fundada, a EN 244, a EN 244-1 e a EN 348. 

Cinco incêndios em poucos minutos

O ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, registou este domingo a “estranheza” das autoridades e dos autarcas face à ignição de cinco incêndios “separados por poucos minutos”, cujas circunstâncias “estão a ser investigadas pelos órgãos de polícia criminal”. A investigação de incêndios em que se suspeite de crime com dolo é, de acordo com a Lei de Organização da Investigação Criminal, da competência exclusiva da PJ.

Os fogos de Vila de Rei, Mação e Sertã fizeram já 20 feridos (oito bombeiros e 12 civis), segundo o balanço actualizado apresentado pelo governante na sede da Autoridade Nacional de Protecção Civil, em Carnaxide.

Os dois incêndios que lavram no concelho da Sertã tinham sido dominados durante a madrugada.

No total, mais de 1300 bombeiros combatem os incêndios de Vila de Rei, Sertã e Mação, apoiados por 16 meios aéreos.

A União Europeia já disse estar disponível para ajudar. “A pedido de Portugal estamos a produzir mapas satélite para os incêndios florestais que afectam a região de Castelo Branco. Estamos a acompanhar de perto a situação. A UE está pronta para oferecer mais ajuda”, publicou no Twitter o comissário europeu para a ajuda humanitária e gestão de crises, Christos Stylianides

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, disse entretanto estar a acompanhar “com preocupação” o evoluir dos “vários focos de incêndio” no país e mantém-se em contacto com quatro presidentes de câmara municipais, refere uma nota divulgada ainda sábado à noite na página da Presidência. Marcelo diz estar “consciente das adversas condições meteorológicas” e transmite “toda a solidariedade às centenas de homens e mulheres que combatem o flagelo nacional dos incêndios, bem como às populações mais directamente atingidas”, acrescentando ser “acompanhado por todos os portugueses” neste sentimento.

Mais tarde, Marcelo visitou no Hospital de São José o civil ferido com gravidade. O Presidente da República disse à Lusa que “a situação está sob controlo e a evoluir favoravelmente”, adiantando que o ferido “estava a ser submetido a exames clínicos e a ser muito bem acompanhado”.

Posteriormente, o chefe de Estado declarou à RTP que não irá realizar qualquer visita ao terreno durante as operações de combate às chamas, seguindo uma das recomendações da comissão técnica independente que investigou as falhas ocorridas nos incêndios de Pedrógão Grande de 2017. Já esta manhã, o ministro Eduardo Cabrita também tinha afirmado que nenhum membro do Governo se deslocaria ao local (José Artur Neves, secretário de Estado da Protecção Civil, encontra-se na Sertã, mas em áreas onde já decorrem operações de rescaldo, e não de combate a incêndios

Pelas 13h deste domingo, o comandante da Protecção Civil Belo Costa afirmava que 15% do perímetro do incêndio de Vila de Rei ainda estava por dominar, e que havia uma preocupação significativa em relação às chamadas “áreas quentes” — zonas de incêndio extintas recentemente e que ainda apresentam potencial de reactivação.  E admitiu então que o risco de reacendimento poderia agravar-se ao início desta tarde face a um expectável “aumento significativo da temperatura, diminuição da humidade e rotação do vento”.

O tempo quente também deverá manter-se este domingo e nos próximos dias. Esta madrugada, o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) decidiu prolongar até terça-feira o aviso amarelo de calor para os distritos de Bragança, Évora, Vila Real, Beja, Castelo Branco e Portalegre.

De momento, afirmou Belo Costa, a prioridade dos 1300 homens e mulheres no terreno é “sobretudo proteger as zonas habitadas”. Os bombeiros estão a ser auxiliados pelas Forças Armadas, que também estão no terreno com máquinas de rastos.

Não há registo de falhas de comunicações do sistema SIRESP, disse.

FONTE pedro guerreiro filipa almeida mendes alexandra campos paulo pimenta e LUSA

 

 

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